Dorothea Lange - Dica Histórica
Dorothea Lange nasceu em 1895, em Hoboken, Nova Jersey, e desde cedo na sua vida, enfrentou desafios, que seriam muito importantes na construção do seu olhar sensível.
Logo aos sete anos, ela contraiu poliomielite, que resultou em sequelas físicas que acompanharam toda a sua vida. E aos 12 anos, seu pai abandonou a sua família, mais um baque na vida de Dorothea.
Sua relação com a fotografia se intensificou após seu curso na área na universidade de Columbia, em Nova York, e logo em seguida abriu um estúdio fotográfico em São Francisco. De início ela começou a carreira com retratos, mas ao longo do tempo, começou a se aventurar em temas sociais e documentais, que acabou sendo o gênero que a destacou, se tornando uma referência até hoje.
E para homenagear a carreira de Dorothea Lange, resolvemos registrar cinco grandes momentos da sua carreira e que mostram o impacto dela na história da fotografia.
Farm Security Administration [1935]
No ano de 1935, Dorothea foi contratada pela Farm Security Administration (FSA), uma agência fundada com o objetivo de documentar as condições dos trabalhadores na regiões rurais durante a Grande Depressão nos Estados Unidos.
Dorothea viajou por todo o país, registrando em sua maioria famílias migrantes e pessoas desempregadas. O seu trabalho não retratou a pobreza e o sofrimento das pessoas, mas também capturou a luta e resiliência das pessoas durante essa crise.
"Migrant Mother" [1936]
Em 1936, ainda durante a Grande Depressão, Dorothea capturou um dos retratos mais icônicos da época. A obra “Mãe Migrante”, retratou Florence Owens Thompson, uma mãe de sete filhos, expressando uma face de desespero e preocupação.
Essa foto não só personificou o impacto da crise nos Estados Unidos, mas também ajudou na impulsão das atividades do governo no envio de ajuda emergencial, incluindo no acampamento que Florence estava.
Dust Bowl [1935-40]
Seguindo o momento de acompanhamento de Dorothea Lange em casos humanitários, ela esteve presente na documentação da fuga dos trabalhadores que fugiram da região de Dust Bowl, uma enorme tempestade de areia e seca que atingiu várias regiões dos Estados Unidos.
Ela acompanhou famílias que migravam para o estado da Califórnia, em sua maioria em busca de empregos e uma melhor condição de vida. Dorothea registrou todas as lutas e a busca pela esperança no meio de tanto caos.
Segunda Guerra Mundial [1942]
Durante a Segunda Guerra Mundial, Dorothea Lange foi contratada pelo governo dos EUA para fotografar os campos de internação onde japoneses-americanos eram detidos, após o ataque a base aérea em Pearl Harbor.
Os principais registros ocorreram no processo de deslocamento forçado e a vida nos campos. E apesar do trabalho de Dorothea ser censurado pelo governo, as fotografias hoje são vistas como um dos momentos mais controversos dos Estados Unidos.
"Three Mormon Towns" [1953-54]
Durante o início dos anos 50, Lange trabalhou em um série para a revista Life, chamada “Three Mormon Towns” (Três Cidades Mórmons, na tradução livre). Esse projeto consistiu em um documentário em conjunto com o fotógrafo Ansel Adams, sobre a vida em comunidades mórmons em Utah e Nevada.
Esse foi um dos últimos grandes projetos da carreira de Dorothea, e essa série foi bastante aclamada pela crítica e público, consolidando um final de carreira muito digno ao nome de Dorothea e toda sua contribuição para a fotografia.
Legado
E já emendando no legado de Dorothea Lange, ela é muito lembrada como uma pioneira e exemplo na fotografia documental, e além disso, mostrou a relevância de seu impacto social durante o trabalho.
Seus retratos não apenas ilustraram as dificuldades, mas também inspiraram movimentos visando a reforma social. Dorothea foi muito relevante ao dar “voz” aos esquecidos e marginalizados, deixando um legado de compaixão e inspirador para as novas gerações.
Abaixo, você pode conferir algumas das diversas imagens históricas feitas pelas lentes de Dorothea.