Sebastião Salgado - Dica Histórica

Renomado e recém-aposentado da fotografia em campo, Sebastião Salgado é um dos nomes mais expoentes da fotografia brasileira e é reconhecido mundialmente pelas suas foto que retratam questões sociais e ambientais.

Nascido em 08 de fevereiro de 1944, em Minas Geras, Sebastião só foi se dedicar integralmente na fotografia apenas em 1973, depois de estudar, se formar e atuar no meio da economia.

Sebastião só foi se envolver com a fotografia, ainda como hobby, durante seus trabalhos na África como economista, já tendo se tornado doutor em economia, após período de estudos em Paris. Desde então, a fotografia e a vida de Sebastião estão entrelaçados e vamos contar alguns momentos especiais dessa trajetória.

Início em Agências [1974-79]

Depois de sua decisão de se dedicar 100% à fotografia, Sebastião Salgado começou a trabalhar por agências na área, como a Sygma (1974-75) e na Gamma (1975-1979).

Seus primeiros trabalhos por essas agências foram documentando eventos sociais e políticos na Europa e na África. Pela Gamma, se destacou pelos registros durante a Revolução dos Cravos em Portugal, um momento decisivo na transição democrática do país.

Foto: Revolução dos Cravos, Lisboa, 1974 - Sebastião Salgado

Magnum Photos [1979-94]

Em 1979, Sebastião Salgado se juntou à agência Magnum Photos, uma das maiores do segmento até os dias de hoje, e permaneceu na instituição até o ano de 1994, consolidando a sua reputação ao redor do mundo.

Um dos seus principais trabalhos representando a Magnum, foi uma série fotográfica especial, onde Sebastião acompanhou os primeiros 100 dias de governo de Ronald Reagan, onde documentou o atentado a tiros por John Hinckley Jr. em março de 1981.

Foto: Atentato ao presidente americano Ronald Reagan, Washington D.C., 1981 - Sebastião Salgado

"Trabalhadores" [1986-92]

Ainda durante a sua passagem pela Magnum Photos, Sebastião Salgado desenvolveu um projeto entre os anos de 1986 a 1992, chamado “Trabalhadores”.

Esse projeto consistiu em uma documentação aprofundada sobre a classe trabalhadora pelo mundo, destacando as condições em diversos países. O resultado revelou a dignidade e a força das pessoas que, em muitos casos, trabalharam em condições inadequadas.

Foto: "Trabalhadores", Bangladesh, 1989 - Sebastião Salgado

"Êxodos" [1993-99]

Entre os anos de 1993 e 1999, Sebastião se dedicou ao projeto denominado “Êxodos”, um trabalho focado no deslocamento de pessoas, onde foram abordados temas como migração, refugiados e a luta das pessoas por sobrevivência e uma vida melhor.

As fotos feitas por Salgado mostraram a vulnerabilidade e a resiliência das pessoas e suas famílias que foram obrigadas a deixarem as suas terras natais. O projeto “Êxodos” ajudou a oferecer uma visão mais “humanizada” das crises migratórias que ocorrem pelo mundo.

Foto: "Êxodos", Em direção à Itália, 1994 - Sebastião Salgado

Instituto Terra [1998 até hoje]

Após um período em Ruanda, onde registrou um genocídio na região, Sebastião Salgado retornou ao Brasil em 1994, e junto de sua esposa, Lélia Wanick, foram para Aimoré, e viram uma região com o meio ambiente muito devastado.

Pensando em revitalizar a Mata Atlântica da região, o objetivo inicial era replantar cerca de 4 milhões de árvores. Por conta disso, em 1998, o casal fundo o “Instituto Terra”, uma ONG sem fins lucrativos.

O projeto voltado para a restauração ambiental e o desenvolvimento rural sustentável do Vale do Rio Doce. A região era originariamente coberta pela Mata Atlântica e abrange municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo banhados pela Bacia Hidrográfica do Rio Doce.

O Instituo Terra segue firme até os dias de hoje, e continuam o processo de reflorestamento, e Sebastião Salgado, além de ser muito presente, também possui diversos registros do projeto. Para mais informações sobre o Instituto Terra, recomendamos acessar o site deles, basta clicar aqui.

Foto: Lélia Wanick e Sebastião Salgado, Fazenda Bulcão, 2022

"Gênesis" [2004-11]

Um dos últimos grandes projetos da carreira de Sebastião, o projeto “Gênesis” é uma série fotográfica que celebra a beleza das imagens de paisagens, vida selvagem e comunidades humanas que convivem em harmonia com a natureza.

Esse projeto circulou por mais de 30 países, e que em diversos casos, passou por regiões remotas e de pouco desenvolvimento, mostrando situações que ressaltam a importância da conservação ambiental.

Foto: Sebastião com o livro "Gênesis"

Legado

No último ano (2024), Sebastião Salgado em uma entrevista ao jornal “The Guardian”, anunciou a sua aposentadoria aos 80 anos da fotografia de campo, justificando que talvez não conseguisse concluir um projeto que demandaria oito a doze anos.

Entretanto, a sua ligação com a fotografia ainda estará presente na sua rotina, já que ele se comprometeu a trabalhar nas edições de mais de “500 mil fotos” que ainda estão no seu banco de dados e que não foram editadas ainda.

Mas apesar de não ser mais atuante em “campo”, o seu legado e inspiração para as novas gerações só crescem, se tornando um dos principais nomes da fotografia não apenas no Brasil, mas também no mundo.

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