Gordon Willis - Dica Histórica

Gordon Willis, foi um dos mais renomados e influentes diretores de fotografia na história do cinema. Graças a sua habilidade no uso dramático de sombras e luz, ele impactou o cenário dos filmes nos anos 70, recebendo a alcunha de “Príncipe da Escuridão“.

Durante toda a sua carreira no cinema, colaborou em trabalhos de grandes diretores como Francis For Coppola, Alan Pakula Woody Allen.

Início na Fotografia [1950-58]

Nascido em Astoria, na região dos Queens em Nova York, em maio de 1931, Gordon Hugh Willis Jr. tinha o sonho de trabalhar em produções cinematográficas, mas de início a sua meta era em ser ator, porém com o passar dos anos, acabou se encantando pelo trabalho com iluminação e design de cenários.

Durante a Guerra da Coréia (1950-53), Willis serviu na unidade de filmes e documentários da Força Aérea, onde serviu como base para o seu aprimoramento na composição visual, sendo essencial na sua arte do minimalismo e criando imagens com a técnica de “eliminação ao invés de adição”.

Foto: Gordon Willis durante as gravações de "O Poderoso Chefão" - 1972

Início na direção cinematográfica [1969-71]

Após a Guerra da Coreia, Gordon Willis trabalhou em alguns comerciais e documentários, mas foi apenas no filme do diretor Aram Avakian, End of the Road”, lançado em 1970, que Willis finalmente fez a sua estreia como diretor de fotografia no cinema.

Já em 1971, Gordon inicou uma parceria com o diretor Alan J. Pakula, à época já com um filme indicado ao Oscar de Melhor Filme (“To Kill a Mockingbird” em 1966). Eles trabalharam juntos no filme “Klute”, onde Gordon introduziu o seu marcante uso de luz superior, composição em sombras e uma atmosfera mais tensa.

Foto: Cena de "Klute" (1971) - Direção Cinematográfica de Gordon Willis

Revolução visual nos anos 70 [1972-79]

Durante a década de 70, Gordon Willis participou de diversas produções históricas, e iniciou a revolução já em 1972, com o lançamento de “O Poderoso Chefão”, de Francis Ford Coppola, nessa produção ele utilizou uma luz do tipo Rembrandt para passar um ar de profundidade e mistério ao Vito Corleone, personagem de Marlon Brando.

Nos anos seguintes, seguiu em produções que chamavam a atenção pelas suas composições e trabalhos com a luz como “Poderoso Chefão – Parte II” (1974)“A Trama” (1974) “Todos os homens do Presidente” (1976). Esses trabalhos consolidavam o nome de Gordon Willis no cenário cinematográfico.

A partir do ano de 1977, Willis iniciou uma parceria duradoura com o renomado diretor Woody Allen, começando em filmes como “Annie Hall” (1977) “Manhattan” (1979), chamando a atenção por ambientar de forma real a cidade de Nova York com uma estética noir em preto e branco.

Foto: Cena de "Manhattan" (1979) - Direção Cinematográfica de Gordon Willis

Parceria com Woody Allen [1980-85]

Nos anos 80, Gordon Willis continuou com a sua parceria com Woody Allen, e inovando a cada produção. Durante esse período dirigiu a parte cinematográfica dos filmes: “Memórias” (1980), “Zelig” (1983) “A Rosa Púrpura do Cairo” (1985).

Nessas produções, Willis transitou entre cores e preto-e-branco, e utilizou técnicas de envelhecimento da película, para simular filmes mais antigo como em Zelig, inclusive, esse filme lhe rendeu a sua primeira indicação ao Oscar de Melhor Cinematografia (à época chamada de Melhor Fotografia). Infelizmente para Gordon, o seu filme perdeu o prêmio para “Fanny e Alexander” do diretor Ingmar Bergman.

Foto: Gordon Willis com Woody Allen nas garvações de "Annie Hall" (1977)

Reconhecimento tardio [2009-14]

Gordon Willis ainda teria mais uma indicação ao Oscar de Melhor Cinematografia com “O Poderoso Chefão – Parte III” (1990), também saindo sem a estatueta. Apesar de participar de filmes vencedores de Oscar de Melhor Filme e outros prêmios, Willis encerrou a sua carreira sem receber um Oscar por algum filme em específico.

Entretanto, em 2009, cerca de 12 anos desde a sua última produção (The Devil’s Own, 1997), a Acadêmia concedeu a Gordon Willis um Oscar Honorário, o destacando pela sua “maestria inigualável de luz, sombra, cor e movimento”.

Gordon viria a falecer em maio de 2014, aos 82 anos em Massachusetts, vítima de um câncer, mas isso não o impediu de deixar um legado atemporal no cinema, graças ao seu trabalho com a luz e sombra, introduzindo o chiaroscuro em cores, explorando a relatividade visual e trazendo um novo estilo visual ao cinema.

Foto: Gordon Willis recebendo o Oscar Honorário em 2009

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