OSCAR 2025 - Melhor Cinematografia

Ontem, dia 23, saíram os indicados aos prêmios no OSCAR, a maior premiação do cinema, e nesse texto vamos focar na premiação que envolve o foco da página, que a é a fotografia, ou melhor, CINEMATOGRAFIA, novo nome do prêmio de melhor fotografia do cinema.

E nesse texto, vamos analisar resumidamente, o estilo de cada um dos indicados, e com direita à uma menção honrosa ESPECIAL no final.

O Brutalista - Cinematógrafo: Lol Crawley

“The Brutalist” (O Brutalista), é uma produção dirigida por Brady Corbet, com direção de fotografia por Lol Crawley, onde juntos ele contam a história de um arquiteto chegando à América vindo da Europa pós-guerra, onde acaba conhecendo um rico do ramo industrial que reconhece o seu talento.

A cinematografia do filme chama a atenção por conta de ser gravado inteiramente em 16mm e com uma celuloide VistaVision, escolhas incomuns neste século mais recente. Vários momentos do filme mostram enquadramentos mais abertos, trazendo elegância para a cena.

É a primeira indicação de Lol Crawley ao OSCAR de melhor cinematografia, o diretor esteve presente também em filmes como “Ruído Branco” (2022) e “45 anos” (2015), que teve a indicação de Charlotte Rampling ao prêmio de melhor atriz principal.

Cena: "The Brutalist" (O Brutalista) - 2025

Duna: Parte II - Cinematógrafo: Greig Fraser

“Dune: Part Two” (Duna: Parte Dois) é a continuação da franquia que se iniciou em 2021, dirigida por Denis Villeneuve, com direção fotográfica de Greig Fraser. O filme conta a história de vingança de Paul Atreides (Timothée Chalamet) junto de Chani (Zendaya) e os Fremens contra os conspiradores que destruíram a sua família.

A cinematografia de Duna chama a atenção por conta do uso criativo da imagem, mesmo utilizando um cenário que oferece poucas opções de variações (deserto). Com ângulos diferentes e luzes “solares” para dar o tom da cena.

É a terceira indicação de Greig Fraser na categoria melhor cinematografia no OSCAR. Ele foi indicado anteriormente por “Lion: Uma jornada para casa” (2017) e por “Duna” (2021), onde saiu vencedor da premiação.

Cena: "Dune: Part II" (Duna: Parte Dois) - 2025

Emilia Pérez - Cinematografia: Paul Guilhaume

Emilia Pérez, a sensação do OSCAR, com 13 indicações, é um filme dirigido por Jacques Audiard, com direção cinematográfica de Paul Guilhaume. O filme trata a realidade de Rita (Zoë Saldaña), que trabalha em um escritório de advocacia que prioriza a lavagem de dinheiro a servir a lei. Para Rita sobreviver, ela ajuda o chefe do cartel a sair do negócio para que ela consiga se tornar o que sempre sonhou ser.

Os takes de Emilia Pérez chamam a atenção principalmente pelos contrastes em cenas escuras, com luzes direcionais destacando os personagens em cena. Além disso, as cores chamativas destacam os personagens sobre o cenário.

Paul Guilhaume é mais um estreante no OSCAR, tendo alguns projetos interessantes em sua carreira, como “Adolescentes” (2021) e “Paris 13º Distrito” (2022).

Cena: "Emilia Pérez" - 2025

Maria - Cinematógrafo: Ed Lachman

Maria, filme dirigido pelo diretor chileno Pablo Larraín, com direção fotográfica de Ed Lachman, retrata a história de Maria Callas, uma icônica cantora grega-americana do século XX. A história se passa quando ela vai a Paris, fugindo de sua vida glamorosa e tumultuada.

Com um aspecto retratando a época, as filmagens de Ed Lachman chama a atenção por usar várias formas de enquadramento para diferenciar as narrativas do filme. Com 35mm foi usado para a narrativa principal, 16mm, um plano mais aberto, para cenas que representam a imaginação e 35mm em preto e branco para retratar flashbacks de memórias.

Este é o quarto filme feito por Ed Lachman ao OSCAR de cinematografia. Ele foi indicado anteriormente por “Longe do Paraíso” (2003), “Carol” (2016) e “O Conde” (2024), não saindo vencedor em nenhuma das ocasiões.

Cena: "Maria" - 2025

Nosferatu - Cinematógrafo: Jarin Blaschke

Dirigido por Robert Eggers, com direção fotográfica de Jarin Blaschke, traz uma nova versão do clássico vampiro que possui uma obsessão por uma mulher. O filme se passa nos anos 1800, na Alemanha, e acompanha a busca do Conde Orlok (Bill Skarsgård) por uma nova casa.

As escolhas cinematográficas de Jarin Blaschke trouxeram um tom poético e de possível terror em cenas de escuridão, com movimentações interessantes das câmeras, utilizando bastante da combinação de cenas claras e escuras, com destaque para as sombras.

Esta é a segunda indicação de Jarin Blaschke ao OSCAR, sendo a sua estreia pelo trabalho feito em “O Farol” (2020), onde chamou a atenção por ser um filme inteiramente em preto e branco. Apesar disso, não saiu vencedor no prêmio.

Cena: "Nosferatu" - 2025

Menção Honrosa - Ainda Estou Aqui (BRASIL)

O histórico filme brasileiro “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles e com cinematografia do argentino Adrian Teijido, e retrata a história contada no livro de Marcelo Rubens Paiva, de sua familia durante a ditadura militar no Brasil.

Apesar de não ser indicado para a categoria Melhor Cinematografia, chama a atenção pelo ambiente criado durante o desenvolver do filme até o desaparecimento de Rubens Paiva, onde no início possuia cenas mais iluminadas e que foram dando espaço para cenas com mais sombras.

Entretanto, o filme de Walter Salles, fez história ao ser o primeiro filme brasileiro indicado na categoria principal do OSCAR, o de Melhor Filme. Além disso, teve a indicação a Melhor Filme Internacional e ao prêmio de Melhor Atriz Principal, com a indicação de Fernanda Torres no papel de Eunice Paiva.

Cena: "I'm Still Here" (Ainda Estou Aqui - 2025

Conclusão

O período de votação ocorre entre os dias 11 e 15 de fevereiro entre os membros da Academia, e a premiação ocorre no dia 06 de março, com transmissão exclusiva da TNT e Max.

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